sábado, 23 novembro

Foto: Greice Nichele

A Assembleia Legislativa promoveu nesta quarta-feira (24/08) Sessão Solene híbrida em homenagem aos 61 anos do Movimento Cívico pela Legalidade. Na oportunidade, a deputada Sofia Cavedon falou em nome da bancada do PT sobre a importância de o Movimento ser lembrado pelo marco histórico em defesa da democracia e da liberdade: “O Movimento da Legalidade, que marcou o RS e o Brasil, conseguiu a mobilização da população gaúcha e brasileira em defesa da democracia e da liberdade civil para evitar o golpe de estado e, assim, preservar a legalidade institucional”, avaliou a parlamentar ao comentar que esse Movimento garantiu a posse do então vice-presidente da República, Joao Goulart, diante da renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Sofia destacou a importante liderança do governador gaúcho da época, Leonel Brizola, que recebeu o título de Herói da Pátria Brasileira, em 2015, pela presidenta Dilma Rousseff.  “A campanha da legalidade liderada por Leonel Brizola demonstrou que nosso povo repudia golpes e regimes autoritários”, ao citar o amplo apoio da sociedade para o movimento de resistência.

Para a deputada, o momento atual exige uma reflexão sobre os acontecimentos daquela época. “Nesse momento em que alguns setores ameaçam a democracia, desrespeitam as instituições, colocam em dúvida o sistema político e eleitoral, tramam contra as garantias civis, pregam a intolerância e o ódio, espalham mentiras através das fake news, o exemplo da legalidade deve ser relembrado e seus valores destacados”, disse. Apesar da grande importância histórica que teve o Movimento pela Legalidade retardou, mas não impediu o golpe militar que ocorreu três anos depois, em 1964. “Infelizmente é triste lembrar que o golpe militar ainda é ressaltado por muitos brasileiros e brasileiras, não a maioria. Mas muitos que desconhecem a história, ou que tem uma visão preconceituosa com o povo, com a democracia, com os pobres, uma visão de que poucos devem comandar, entre aspas, as massas incautas”, lamentou.

Sofia destacou que o golpe militar e a ditadura vivida pelos brasileiros a partir de 1964 precisa ser lembrado porque ainda falta ao país promover a justiça de transição: “Foi um período que temos que lembrar e ainda devemos ao Brasil a Justiça de Transição. Um período que fechou o parlamento, praticou tortura sob custodia do estado, período que censurou a educação, censurou, vetou e proibiu a organização estudantil, proibiu a organização de sindicatos”. Ela também lamentou que o país tenha um presidente da república que exalte militares e torturadores dessa época.

Como professora, Sofia lembrou com orgulho o hino do Cpers/Sindicato, que tem em sua letra as referências ao Hino da Legalidade: “O hino que chamou os brasileiros para que enfrentassem de pé as ilegalidades e golpismo e defendessem as liberdades e a legalidade, o que também motiva as lutas dos educadores e educadoras”, comentou. Para ela, nada melhor do que a coragem e a perseverança da categoria do magistério para compreender os exemplos da Legalidade: “Transformaremos os dias sombrios pelos quais passamos para que um Brasil de paz e esperança possa nascer, pois precisamos de mais democracia e mais participação popular”. Sofia também lembrou que o PT nasceu das lutas pela redemocratização do Brasil: “Para nós o movimento cívico de 61 é um acontecimento que deve ser lembrado e comemorado sempre, viva a legalidade, viva a democracia, sempre”, finalizou.

Texto: Denise Mantovani (MTB 7548)

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